sexta-feira, 28 de novembro de 2008

De Repente (Vinícius de Morais)

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

1 comentário:

Porcelain disse...

E de repente... a dor... instala-se novamente... de repente... e de repente, o desafio... procura, procura bem... alguma sabedoria deves poder tirar... senta-te deita-te, escreve... e pensa, reflecte... vai para dentro de ti, para o mais profundo do teu ser e lá encontrarás a resposta...

Se não foi é porque não tinha de ser... pensaste que era o ponto de chegada, mas afinal era um degrau... abençoado degrau da escada que os leva rumo aos nossos sonhos...e por mais cansados de degraus que estejamos, por mais degraus que tenha a nossa escada, temos de lhes agradecer... afinal são eles que nos transportam rumo aos nossos sonhos...