sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Anseios (Florbela Espanca)

Meu doido coração aonde vais,
No teu imenso anseio de liberdade?
Toma cautela com a realidade;
Meu pobre coração olha que cais!
Deixa-te estar quietinho!
Não amaisA doce quietação da soledade?
Tuas lindas quimeras irreais,
Não valem o prazer duma saudade!
Tu chamas ao meu seio, negra prisão!
Ai, vê lá bem, ó doido coração,
Não te deslumbres o brilho do luar!...
Não 'stendas tuas asas para o longe...
Deixa-te estar quietinho, triste monge,
Na paz da tua cela, a soluçar...

3 comentários:

Porcelain disse...

Movem-me profundamente os poemas da Florbela Espanca... olha como é delicada... frágil!! Angustiam-me, mas ao mesmo tempo é uma angústia boa de sentir... :-))

Não tens mais poemas maravilhosos dela? Ficam magníficos aqui no teu bloog... e através deles dá para te conhecer e perceber o que te vai pela alma... :-)

Beijinhos!!

A nossa alma disse...

Olá! desculpa de estar este tempo todo sem contacto algum! Mas tenho andado muito ocupada e sobretudo muito triste!! O meu blog mostra tudo aquilo que sou e sinto!! Agredeço-te profundamente pelas tuas palvras que ao longo do meu blog foste depositando, senti me muito comovida e senti que alguém neste caso que foste tu, que me compreendeste e decifraste muitas coisas que me vão na alma e que pouca gente ou nenhuma partilha igual a mim!!obrigada, Ainda vem que há peessoas como tu, pensava que nao existiam!!

Porcelain disse...

:) Alegra-te querida... há muita gente boa no mundo, felizmente... às vezes as nossas mágoas e amarguras não facilitam que se veja essa parte... por isso não podemos cereder-lhes... :) temos de acreditar ;)

É muito bom termos onde exprimir as nossas mágoas e angústias... a arte é a melhor forma de o fazer...

"Dai palavra à dor: a dor que não fala, geme no coração, até que o parte" (Shakespeare)

:) Beijinhos!!